Bom, como eu prometi na minha última postagem,
tenho a intensão de manter o blog atualizado durante esta viagem. Como havia
escrito antes, o roteiro é: Egito, Jordânia, Israel, Turquia, Grécia, Rússia,
Finlândia, República Checa e Inglaterra.
Empresa contratada: Memphis Tour – pagamos USD 1400
por pessoa incluindo tudo: todo o transporte desde o aeroporto na chegada até o
aeroporto no último dia no Egito, guias, passeios, cruzeiro pelo Nilo e todos
os hotéis sendo 5 estrelas. Na maioria dos dias incluía além de café da manhã,
também almoço e jantar. Pergunte a empresa sobre telefones celulares e modens
para acesso a internet. Eles costumam fornecer esse tipo de benefício para os
clientes. Todos os guias são formados em Arqueologia.
Hoteis:
Movenpick
Pyramids – Cairo - 5 estrelas
Movenpick
Resort Aswan - 5 estrelas
Susanna
Hotel (Day use – Luxor) - 3 estrelas
Sheraton
Montazah - Alexandria - 5 estrelas
Cruzeiro:
M/S
Monaco
Guias:
Shaimaa: espetacular não só pelos passeios, mas
também por ser a simpatia em pessoa, nos guiou no Cairo e arredores e em
Alexandria. Vamos sentir muita falta dela!
Friday: guia em Abu Simbel, muito bom.
Ahmed El Prince: nosso guia principal em Aswan, no
Cruzeiro pelo Nilo e em Luxor. Excelente guia!
Ahmed Gamal: nosso guia reserva no Cruzeiro pelo
Nilo. Excelente guia, sabe hieróglifos como nenhum dos outros guias.
02/09/2011 - Brasília - São Paulo - Johannesburgo
Vôo Brasília – Johannesburgo – Cairo:
Brasília – São Paulo (Guarulhos): TAM – 19h30/21h05.
São Paulo (Guarulhos) – Johannesburgo: South Africa Airlines – 1h30/15h05 (+1). O vôo foi ótimo e saiu
Loja Out of Africa - Aeroporto de Johannesburgo |
no horário. Comida farta e comissários de bordo muito gentis. Houve turbulências fortes apenas quando estávamos chegando ao continente africano perto da Cidade do Cabo. A configuração de cadeiras no avião era 2 – 4 – 2. O aeroporto em Johannesburgo é muito bom, o freeshop é excelente. Foi totalmente reformado para a Copa do Mundo da África.
03/09/2011 - Johannesburgo - Cairo
04/09/2011 – Cairo e Movenpick Pyramids – Cairo
O guia da Memphis Tour já esperava
por nós. No entanto, até chegarmos até ele, uns 10 taxistas nos perguntaram se
não queríamos que eles nos levassem até o hotel. Mesmo depois com o guia, se
nos afastássemos uns 2 metros dele, os taxistas entravam na nossa frente
perguntando se não poderiam nos ajudar. Nosso guia se chama Mohamed e fala
tanto inglês quanto espanhol e é super comunicativo. Neste trecho também notei
que a cidade é acabada: pilhas de lixo e entulho por todos os lados. O nosso
hotel (Movenpick Resorts Cairo-Pyramids) é muito bom. Ele é composto por
centenas de bangalôs. Só não gostei muito porque qualquer forma de acesso à
internet é paga. Chegamos ao quarto e
apagamos. Quando acordamos, já eram 14h. Saimos para andar pela região do hotel
(e admirar as pirâmides do outro lado da rua) e o mesmo assédio do aeroporto se
manteve pelas ruas. Fica até chato sair desse jeito. Voltamos para o hotel,
tomamos um banho de piscina e nos arrumamos para ir para o Show de Som e Luz
Sound and Light Show Pyramids |
das Pirâmides. Imperdível!!! Nosso único problema foi que ficamos tão
entretidos tentando tirar fotos que acabamos nos perdendo na história em
algumas partes. Acredito que se tivermos outra noite livre no Cairo, vamos ao
show novamente, mas sem as câmeras. Depois fomos jantar em um restaurante
chamado Caviar, já perto do hotel e com uma comida muito boa. Eu comi frango
grelhado e o meu marido, peixe. Conversamos um tempão com o Mohamed, dessa vez em
espanhol. Depois, voltamos para o hotel para dormir.
05/09/2011 – Pirâmides, Memphis, Sakkara e Trem
para Aswan
Começamos o dia cedo: às 7h já estávamos de pé para
arrumar as malas e fazer o check-out: à noite iriamos para Aswan. Tomamos café
e queria acessar a internet. Paguei EGP 45 (pouco mais de USD 7) por meia hora
de internet, super caro. Enquanto isso, Mohamed chegou com Shamiaa, nossa guia
do dia. Foi então que entendemos como funcionava: Mohamed é o responsável da
Memphis por nós, ele que organiza tudo, guias, tours, transfers... e qualquer
coisa que acharmos que está errado temos que falar com ele. A Shamiaa se
apresentou e já vimos que ela era muito animada. Fomos direto para as
pirâmides. A
Nós e a Grande Pirâmide de Cheops |
entrada no site era por conta da nossa reserva com a Memphis Tours,
mas se quiséssemos entrar na grande pirâmide de Cheops, tínhamos que pagar mais
EGP 100 cada um. Concordamos na hora que queríamos entrar. Quando chegamos
perto da grande pirâmide, a Shamiaa fez uma excelente explicação de tudo e
inclusive nos alertou sobre os vendedores e os donos de camelos: eles primeiro
falam que é de graça e depois que você usa, querem te cobrar um preço
![]() |
Nós dentro da pirâmide |
absurdo.
Para entrar na pirâmide, não podíamos levar câmeras fotográficas nem mochilas.
Entregamos tudo para ela e fomos, super empolgados, para entrar na pirâmide.
Dentro da pirâmide a altura dos corredores variava de 1 metro a 5 metros de
altura. Além disso, boa parte do percurso é uma rampa. Agora, imagina, andar
agachado e subindo uma rampa ao mesmo tempo. Dei graças a Deus todos os meus
dias de academia. Não podíamos tirar fotos, certo? Errado, o meu marido inventou de
tirar uma foto minha subindo a rampa com o celular, foi aí que o segurança do
lugar pensou que podia ganhar alguns dólares! Tirou fotos do meu marido até deitado
dentro do sarcófago. Depois, pediu descaradamente USD 5. Pagamos, afinal, não é
todo mundo que tira fotos
Solar Boat Museum |
dentro da grande pirâmide (pelo menos, acho que nem
todos). A grande pirâmide por dentro é uma rampa gigante que termina em um
pequeno salão com um sarcófago dentro e só. O interessante é que há a sensação
de ser mais fresco do que de fora, no entanto, quando você sai da pirâmide,
você está ensopado de suor. Andamos em volta da grande pirâmide e depois fomos
para o Museu do Barco do Sol (Solar Boat Museum). Ficamos maravilhados com o
tamanho do barco e a perfeição com que ele foi encontrado. Segunda a Shamiaa, outros
cinco barcos foram encontrados, mas o que estava exposto no museu, havia sido
construído para ser enterrado. Então, quando foi encontrado, apenas um dos
remos do barco estava ligeiramente deteriorado. Estamos falando de um barco que
foi enterrado a mais de 1200 anos antes de Cristo. O barco foi enterrado
desmontado junto com uma maquete de 1:10. Ou seja, quando o encontraram,
bastaram remonta-lo segundo a maquete.
Pirâmides |
Pelas fotos, a pirâmide do meio sempre parece maior.
Ela, na realidade, é 8 metros menor que a grande
pirâmide. Havia uma regra que
a pirâmide dos filhos não poderia ser maior que a dos pais. No entanto, Chephren,
filho de Cheops, construiu a pirâmide menor que a do pai, mas sobre um banco de
Passeio de Camelo |
areia maior que 8 metros de altura, sendo assim, a pirâmide do meio sempre
parece maior. Depois deste ponto, fomos andar de camelo. Pagamos USD 25 por
pessoa, e valeu muito a pena. Tiramos muitas fotos. A Shamiaa, super simpática
e prestativa, passava o tempo todo tirando fotos nossas. Além disso, o rapaz
que puxou os nossos camelos Deserto do Sahara a fora, também tirou várias fotos
nossas. O preço na realidade era USD 20 que a Shamiaa tinha negociado para a gente,
mas decidimos pagar USD 25 porque ficamos com dó do cara puxando os camelos
naquele sol escaldante. Terminado nosso passeio de camelos, fomos para a grande
esfinge. Shamiaa nos contou que ela era belíssima, toda pintada de azul com
dourado e com os olhos de cristal. No entanto, depois de séculos
Esfinge e a pirâmide de Chephren |
sendo
saqueada, os soldados franceses da época de Napoleão, quando vieram ao Egito,
fizeram o rosto da esfinge de alvo e ela ficou desfigurada. Foi construída como
uma forma de proteção, com uma
Pirâmides |
cabeça para mostrar que pensava e com um corpo
de leão para demonstrar força. Na base
dela há uma peça de granito, contando a história de Ramsés IV. Devido às tempestades
de areia, a esfinge ficou vários séculos coberta de areia até o pescoço, deixando
apenas a cabeça de fora. Então, o filho bastardo de um faraó com uma concubina,
ao se deitar debaixo da sombra do queixo da esfinge, teve um sonho com o pai
dizendo que, se ele desenterrasse a esfinge, ele se tornaria faraó. Assim ele o
fez, e se tornou o faraó Ramsés IV. Então, ele colocou a pedra de granito no meio
das patas da esfinge contado a sua história.
Terminado nosso tour pelas pirâmides, fomos
conhecer uma fábrica de papiros. Vimos como eles eram feito, como ficavam
resistentes depois da produção e acabamos comprando vários. Daqui, fomos para
Memphis |
Memphis e no percurso, vimos como a região do entorno do Cairo é pobre e suja:
há pilhas de lixo dentro do rio e nas suas encostas, além das casas bem
humildes. Em Memphis, vimos uma estátua
gigantesca de Ramsés II. Almoçamos comida típica ali por perto, em uma fazenda
de tâmaras, e depois fomos para Sakkara. Vimos a primeira pirâmide construída,
a construção mais antiga da Terra, e depois fomos conhecer um montinho de areia
que, segundo a Shamiaa, era uma pirâmide lindíssima por dentro. Ela tinha toda
a razão! A pirâmide de Titi não tem nada de especial por fora, mas por dentro,
ela tem hieróglifos escritos em todas as suas paredes e, além disso, o teto é
coberto de estrelas. Aqui foi a mesma coisa que na grande pirâmide, o guia do
lugar tirou várias fotos nossas dentro da pirâmide e depois pediu EGP 25 ( USD
Sakkara |
4,1 ) descaradamente. Ainda eram 16h e nosso trem para Aswan era apenas às
20h30. Então, a Shamiaa nos levou em uma loja de artesanatos que ela nos
garantiu que eram 100% egípcios. Ela nos disse que no Mercado Khan al-Khalili a
atmosfera é legal, tem vários cafés interessantes mas 99% das coisas são “Made
in China”. O meu marido acabou comprando algumas coisas na loja que ela recomendou.
Eu só observei. Depois, fomos para uma Casa de Perfumes chamada Siwa e
conhecemos Adam. Conversamos com ele bastante sobre Brasil, principalmente
sobre futebol e segundo ele, os egípcios são apaixonados pela seleção
brasileira. Depois nos deu uma cartela com três grupos de aromas: aromas puros
de flores, misturas e aromas curativos. Ele sempre indicava duas opções e cada
um escolhia mais duas opões. Ficamos por volta de uma hora lá dentro,
experimentando aromas e aprendendo sobre seus usos. Nas misturas, ele nos
mostrou as essências básicas de perfumes como o Eternity e o J’adore. No
entanto, ficamos apaixonados pelas essências puras de flores. Acabamos
comprando 4 tipos. Além disso, a loja é repleta de vidros lindíssimos de
perfumes. Acabei comprando um. Na hora de pagar, a máquina de cartões dele
estava com problemas e tivemos que sair para sacar o dinheiro. Pelo
inconveniente, ele acabou nos dando outro vidro de perfume. Daqui, fomos para a estação de trem. Jurei
que não chegaríamos: o engarrafamento no Cairo é constante. Segundo a Shamiaa,
no Cairo e entorno vivem cerca de 25 milhões de pessoas. Chegamos à estação
1h30 antes do trem. No entanto, o trem atrasou
1h. O quartinho do trem era para duas pessoas e havia um sofá que vira beliche,
uma mesa de canto que virava pia e uma mesa desmontável. Eu esperava um pouco
mais do trem, afinal, este é o trem de luxo. No entanto, as coisas dentro do
quarto ou estão gastas, ou enferrujadas ou sujas. Além de ser tudo bem velho.
Os lençóis pelo menos pareciam limpos, foi o meu consolo. Há serviço de jantar e café da manhã. Depois
do jantar, que é servido dentro do quarto e chega em caixas, o comissário de
bordo recolhe as caixas e transforma o sofá em um beliche. Estava louca para
tomar um banho, mas o banheiro do trem não tinha chuveiro. Nosso dia terminou
aqui.
06/09/2011
– Abu Simbel, Aswan e Movenpick Resort Aswan
Acordei bem cedo, ou melhor, acho que nem dormi
direito. O trem balançava o tempo todo. Sem querer, ao tentar acender a luz em
cima da minha cama, acabei tocando a campainha para chamar o serviço de bordo.
Pensei que iria tocar uma única vez, no entanto, continuou tacando até o
comissário de bordo aparecer. Acabamos pedindo o café da manhã naquele horário,
eram umas 6h. A base da cadeia alimentar deles é pão, então tinha diversos
tipos de pães no café da manhã que também foi servido na cabine do trem. O meu marido,
com as chacoalhadas do trem, dormiu que nem uma pedra. Com o atraso de uma hora
no dia anterior e outra hora da viagem, chegamos às 10h30 a Aswan e na hora de
começar o tour para Abu Simbel, ou seja, nada de banho de novo para o meu
desespero!!! De Aswan até Abu Simbel são 3 horas
Abu Simbel - Ramsés II Temple |
de carro. Chegamos a Abu Simbel às 14h e o Friday,
nosso guia, nos deu explicações sobre o lugar e depois nos deu 40 minutos para
andar pelo local. Tanto o Templo de Ramsés II quando o templo de Nefertati são
bem interessantes. Os desenhos estão conservados e em quase todos os casos,
ainda estão coloridos. Abu Simbel fica de frente para o Lago Nasser, o segundo maior
lago artificial do mundo. No entanto, quando decidiram construir o lago, os
templos de Abu Simbel ficavam em uma das regiões que seriam alagadas. Então, em
uma mega operação, os templos foram retalhados, catalogados,
Abu Simbel - Nefertati Temple |
desmontados e
depois remontados às margens do Lago Nasser onde estão hoje. Ficamos em Abu
Simbel até às 16h, quando voltamos para Aswan. Chegamos a Aswan depois das 19h.
Jantamos em um restaurante Nubio que fica em uma ilha no rio Nilo. Pegamos um
barquinho até chegar lá. Também comemos comida típica neste restaurante:
saladas (pão sírio, babagamushe, mix de legumes temperados, húmus), arroz,
frango (o meu marido, peixe) e como sobremesa, melancia. Tudo bem gostoso! Depois
fomos para Elephantine Island, outra ilha no Nilo onde ficava o nosso hotel
(Movenpick Resort Aswan). Ficamos impressionados com o hotel: luxuosíssimo.
Colocaram-nos em um quarto com duas varandas e em cada varanda era possível ver
uma boda da ilha. Pena que nem consegui aproveitar! Tudo que eu queria eram um
banho e uma cama limpinha para dormir. O meu marido ficou até meio decepcionado
comigo, pois pela grandiosidade e beleza do hotel, ele queria conhecê-lo.
Infelizmente, eu não estava em condições para fazer isso. Tomei um banho e
praticamente no momento em que deitei na cama, adormeci.
07/09/2011 – Aswan, Templo de Philae, Cruzeiro pelo
Nilo e Kom Ombo
Haviamos sido avisados por Friday que nosso guia
para o tour em Aswan nos pegaria às 7h. Acordamos às 5h30. Arrumamos nossas
coisas, tomamos café (a vista do restaurante é espetacular) e fomos encontrar
com guia no horário e local combinados. Neste hotel paguei EGP 33 ( USD 5 )
para acessar 30 minutos de internet antes do check-out. Nosso primeiro lugar de
visitação foi o “Granite Quarries” e o “Unfinish
Unfinish obelisk |
obelisk”. Foi bem interessante
ver, no meio de uma pedra gigante de granito, no meio de Aswan, como eles
cortava o granito para construir os monumentos. Eles usavam uma pedra mais
resistente que granito para criar buracos e fraturar a peça, que era feita em
uma única rocha. No entanto, há um obelisco que nunca foi terminado porque
durante a operação de retirada da peça, apareceu uma rachadura e com um
terremoto pouco tempo depois, a rachadura aumentou ainda mais, deixando
inviável a peça de granito para a construção do obelisco.
Depois deste local, passamos pela Old Dam e fomos
em direção a High Dam. Segundo Ahmed, nosso guia, a High Dam produz 16% da
energia elétrica consumida no Egito. Daqui, fomos direto para o Templo de
Philae Temple |
Philae Temple |
Philae, dedicado a Deusa da Beleza e da Fertilidade, Isis. Ahmed, nosso guia,
contou a história de como os antigos egípcios acreditavam que o mundo havia
surgido. O templo é belíssimo. Os hieróglifos são bem mais detalhados que os de
Abu Simbel. No entanto, este templo foi depredado: várias imagens estão sem
rosto ou como se tivessem
servido de alvo para metralhados. No entanto, o que
restou ainda está em bom estado e por essas figuras e, lógico, pela explicação
dos significados por Ahmed. Valeu muitíssimo a pena! Com o Templo de Philae
aconteceu a mesma coisa que com Abu Simbel, por causa das inundações, a ilha
onde ficava o templo ficou permanentemente coberta de água. Sendo assim, o
governo egípcio pediu ajuda da UNESCO para reposicionar o templo. O templo foi
desmontado na sua ilha de origem e remontado em outra que não tivesse problemas
com inundações, a menos de 1km da ilha original.
Outro casal se uniria a nós no cruzeiro, no
entanto, como há o problema de atraso do trem e o casal estava vindo de trem, Ahmed
preferiu fazer um tour conosco e outro com o outro casal que estava chegando,
pois ele não tinha certeza de quanto tempo teríamos se esperássemos o casal
chegar. Nosso tour terminou às 11h,
então ele nos levou a uma casa de essências, assim como a Shamiaa fez no Cairo
e foi encontrar o outro casal. Nesta loja, havia mais opções de essências e
inclusive, de vidros de perfume. Haviamos avisado Ahmed, que se caso fosse
necessário dar gorjetas, não tínhamos mais dinheiro trocado. Ele pediu para não
nos preocuparmos, mas fiquei com pena da senhora que fez uma massagem com os
óleos em mim, pois a massagem foi ótima e não tive como recompensá-la. Acabamos
comprando mais quatro vidros de essências: “Secret of the Desert”, “Ramsés II”,
“Lavander” e “Cumim Oil”. Tudo ficou em torno de USD 150, mas com vidros
maiores do que os que compramos no Cairo. Depois desta loja, o motorista nos
levou a uma loja de câmbio e encontramos com outro rapaz da Memphis que nos
ajudaria a fazer o check-in no Cruzeiro. Enquanto íamos para o Cruzeiro,
ficamos observando Aswan que é totalmente diferente do Cairo: tranquila e
limpinha, praticamente não se vê lixo nas ruas. Além disso, as casas são bem
feitas e na beira do rio Nilo há hotéis e pracinhas muito bem conservados. Se
tivéssemos mais dias no Egito, com certeza ficaríamos em Aswan. Adoramos o
local! Quando entramos no Cruzeiro, ficamos maravilhados com o hall
Hall do Cruzeiro |
principal.
O quarto e o banheiro também são muito bons. O cruzeiro, embora pequeno, possui
um restaurante no subsolo, um bar com pista de dança, dois andares de
apartamentos e um deck com um bar ao ar livre e uma piscina 90% rasa (é
possível molhar apenas a canela) e 10% funda (1,5m de profundidade no máximo).
Ficamos impressionados com os europeus estatalados no sol a pino. O meu marido
apelidou o Solar Deck de Toast Deck, pois segundo ele, se ficarmos um tempo
prestando atenção no barulho, escutamos o “shhhh” que a carne faz quando a
colocamos na grelha. Além disso, há uma
academia bem pequena (com os aparelhos estragados) e um local para massagens.
Fomos para o quarto, tomamos um banho, e depois fomos almoçar: pão, saladas,
arroz, feijão, pato, batatas, carne acebolada e para sobremesa, melancia e banana.
O barco zarpou por volta de 15h e, como a janela do quarto ocupa
Janela do Cruzeiro |
Kom Ombo Temple |
praticamente
toda a parede, foi interessante ficarmos deitados na cama admirando a paisagem
passar. O rio Nilo é tão calmo e o barco se move tão devagar, que se fecharmos
a janela só percebemos que estamos em um Cruzeiro e não em um hotel se
prestarmos atenção no barulho dos motores funcionando ao longe. A tremida do
Cruzeiro é tão discreta que nem a água na garrafa ou no copo se move!
Chegamos
a Kom Ombo às 18h30. Visitamos o templo, com o mesmo tipo de hieróglifos do
Templo de Philae, mas menor que este último. A visita durou entorno de 1 hora,
vimos como funcionava um calendário egípcio e Ahmed nos ensinou a ler os
números nos hieróglifos. Às 19h30 já estávamos novamente no cruzeiro. O jantar
foi servido às 20h: comida oriental. Como não estava muito bem, nem fui jantar.
Depois do jantar fomos dormir.
08/08/2011 – Templo de Horus (Edfu), Esna e City
Tour em Luxor
Descobri da pior maneira que não posso comer
melancia e logo depois tomar leite: passei muito mal durante a madrugada e
inicio da manhã deste dia. Este dia começou bem cedo. Às 6h já tínhamos que
estar de pé para tomar café, pois às 6h45 sairiamos para o Templo de Horus.
Quando fomos tomar café da manhã tinha apenas leite, café e pedaços de bolo.
Fiquei decepcionada com o café da manhã pois, no dia anterior, o almoço foi
bastante farto. Tomei leite com café, comi uma fatia de bolo e já fomos para o
lobby do
Passeio de Charrete |
Cruzeiro esperar o Ahmed, nosso guia. Quando ele chegou lá, nos deu
várias orientações de como lidar com os vendedores ambulantes e os vendedores
nos mercados que são extremamente insistentes. Segundo ele, bastava não olhar
para as coisas que eles ofereciam e se eles te perseguissem, repetir quantas
vezes fosse necessário “Não, obrigado!” em árabe - “La shukran” – e continuar
seguindo o guia até os vendedores desistirem. Além disso, iriamos para o Templo
de Horus de charrete e caso o motorista da charrete pedisse gorjetas, não era
para darmos pois as gorjetas deles estavam inclusas no que pagamos para a
empresa de turismo e quando voltássemos, Ahmed pagaria o motorista.
Horus Temple |
Andamos em torno de 15 minutos de charrete até
chegar ao Templo de Horus e vimos como Edfu é pobre,
bem parecido com a região
de Memphis no Cairo. Aconteceu exatamente o que o Ahmed nos disse: uma vendedor
começou a perseguir o meu marido e ele respondeu, “Não, obrigado!” em português. Pra
que: o vendedor começou a conversar com ele em espanhol e o meu marido continuou
dizendo que não queria nada em inglês e o vendedor dizia em espanhol: “Depois
do Templo!” e o meu marido dizia: “No, thank you!” e o vendedor continuava
insistindo: “Porque você não quer ver o que eu estou te oferecendo. Olha aqui.”
Depois de uns 5 minutos ele nos perseguindo, eu perdi a paciência com ele e fui
até grossa: “La shukran!”. O vendedor olhou para mim de cara feia, mas foi
embora.
Todos os
templos feitos para os deuses tinham a seguinte configuração: duas faixadas
enormes representando o lado direito e o lado esquerdo do rio Nilo e a entrada
central representando o rio Nilo em si. Além disso, várias salas laterais
representando as cidades do Egito naquela época. A entrada principal está
sempre alinhada com a última sala do templo, o santuário, para que em algum
momento do dia recebesse a luz solar. Ahmed nos mostrou como a presença de
cristão e árabes afetou o templo: o teto do
Horus Temple - Laboratório |
templo todo preto por causa da
fumaça que subia quando eles cozinhavam lá dentro. Depois nos mostrou como os
reis faziam para que a população acreditasse que eles eram os escolhidos pelos
deuses: há várias cenas nas paredes mostrando os deuses abraçando os reis,
demonstrando a amizade entre deuses e reis e por consequência, uma grande
propaganda para o rei. A sala que eu achei
Horus |
mais fascinante foi a sala do
laboratório: os antigos egípcios escreveram nas paredes desta sala as receitas
de todos os remédios e essências que eles descobriram. Ahmed nos disse que
quando as empresas farmacêuticas e de perfumes descobriram que essa sala
existia, foram ao Templo de Horus e decifraram toda a sala e, ainda segundo
ele, existem vários remédios e perfumes que usamos hoje que estão descritos
naquelas paredes. Andamos por mais alguns lugares dentro do templo, mas no
último não consegui
acompanhar a última explicação: estava tão fraca que não
conseguia ficar em pé. Sentei em um canto e fiquei esperando o meu marido tirar as
fotos que ele queria e dar a hora de voltarmos para o Cruzeiro. O guia ficou
super preocupado comigo e me perguntando se eu não queria ir a uma farmácia. Eu
disse a ele que, todos os remédios que eu precisava estavam no Cruzeiro então,
ele se acalmou. Às 8h30 voltamos para o barco que zarpou por volta de 9h.
Por volta de 11h horas, entramos em uma eclusa. Eu
já estava bem melhor, havia dormido um pouco, tomado um bom banho e alguns
remédios. Para mim e para o meu marido foi um evento: nunca tínhamos visto como
funcionava. Assistimos tudo da janela do nosso quarto. Foi interessante ver a
parede da eclusa aumentando diante dos nossos olhos a medida que eles retiravam
a água de dentro das comportas. Em Esna a profundidade do rio Nilo muda, sendo
impossível passar do alto Egito para o baixo Egito sem a eclusa.
Almoçamos às 13h e chegamos a Luxor por volta de
15h. Ahmed queria me poupar por eu ter passado mal mais cedo. Então nos deu a
tarde livre para que eu descansasse e estivesse boa para o City Tour às 18h.
Nosso cruzeiro, ao atracar, alinhou-se a outros setes que estavam atracados.
Então para chegar à terra firme, tínhamos que passar por dentro de outros 7
cruzeiros, cada um mais belo que o outro por dentro. Pegamos uma charrete na
frente de onde o cruzeiro atracou e no começo, ficamos meio decepcionados com o
City Tour. Fomos com outro guia, chamado Ahmed Gamal, que no começo apontava
para os prédios e dizia o que eles eram. No entanto, depois de meia hora de
passeio começamos a entrar em lugares interessantes. A intensão era mostrar a
vida egípcia fora dos locais turísticos. Andamos de charrete dentro do mercado
e a charrete era muito mais respeitada que as pessoas que andavam pelo mercado
e
City Tour - Mercado |
outros veículos. Depois andamos por ruelas bem pobres e ficamos pensando que,
se caso não tivéssemos ido com o guia, não conseguiríamos sair de lá tão cedo
por causa das pessoas nos perseguindo tentando vender coisas ou nos pedindo
dinheiro. O passeio custou USD 25 por pessoa e achamos que valeu muito a pena. No
final do passeio, Gamal nos convidou para irmos a um café tipicamente egípcio e
tivemos a oportunidade de conversamos com ele sobre
Nós e Ahmed Gamal |
diversos assuntos. Ele nos
contou que todos os guias da Memphis são formados em Arqueologia e boa parte
deles estão fazendo ou já fizeram mestrado em alguma área da Arqueologia. Além
disso, nos contou que, na cabeça dos vendedores e dos pedintes, os turistas
pagaram muito dinheiro para ir para o Egito e essas pessoas não acreditam que
os turistas não são pessoas ricas. Por causa desta mentalidade, eles pedem
dinheiro o tempo todo ou nos perseguem para compramos suas mercadorias.
Enquanto conversávamos, o meu marido fumou chicha, um “cigarro” tradicionalmente
árabe. Depois, voltamos a pé para o cruzeiro a pé, pois haveriam algumas
apresentações por volta de 20h. A conversa estava tão boa que acabamos perdendo
a hora: chegamos ao Cruzeiro por volta de 20h30 e a dança do ventre (uma das
apresentações) já havia acontecido. No entanto, o nosso guia principal, Ahmed,
nos disse que a dança do ventre não é uma dança tradicional do alto Egito e sim
o baixo Egito, sendo possível vermos apresentações melhores no Cairo e em Alexandria.
Depois da última apresentação, jantamos e fomos dormir.
Dia 09/09/2011 – Vale dos Reis, Templo de
Hatshepsut, loja de souvenirs e Colossos de Memnon e Sound and Light Show in
Luxor
O dia hoje também começou bem cedo, às 7h tínhamos
que estar no lobby do Cruzeiro para sairmos para o Vale dos Reis. Quando fomos
tomar café da manhã, tivemos uma surpresa: uma boa variedade de opções. Depois
do café, encontramos Ahmed no lobby e pegamos um barquinho para atravessar o
Nilo para o lado oeste de Luxor. Indo para o Vale dos Reis, passamos em um
local para pegar o outro casal de brasileiros que haviam feito o passeio de
balão. No entanto, eles nos disseram que não gostaram pois não tinha muito
coisa para ver de lá de cima e que, como estava ventando muito, o balão demorou
mais de 20 minutos para conseguir descer. Depois fomos para o Vale dos Reis e
Ahmed nos disse que câmeras fotográficas no local não eram permitidas e que
qualquer um que fosse pego com uma câmera, mesmo que guardada, pagava uma multa
pesada. Sendo assim, todos nós deixamos nossas câmeras no carro. Já na entrada
tem uma maquete do Vale dos Reis. Não estávamos prestando muita atenção na
maquete até que o Ahmed pediu para nos ajoelharmos atrás dela: ficamos
impressionados! Por baixos da maquete, havia os túneis que levavam aos túmulos
dos Reis. Depois, fomos pegar o carrinho que levava até próximo a entrada de
várias tumbas. Para entrar na tumba de Tutankamon e Ramsés VI, tínhamos que
comprar as entradas extras. Para entrar no túmulo de Tutankamon foi EGP 100
(USD 18) e de Ramsés VI foi EGP 50 (USD 9). O local é basicamente uma
lanchonete estrategicamente posicionada no meio no meio das tumbas. Ahmed fez
uma explicação de aproximadamente 1h30 abordando vários assuntos como:
Como surgiu
a palavra pirâmide: os antigos egípcios acreditavam que havia um buraco no
céu que levava ao deus Ra. Buraco, em egípcio, era a representado por PR e
escada era Mett. Juntando os três grupos de letras: PR – Ra – Mett, que no
final virou pirâmide.
Por que o
rei desistiu de construir pirâmides e procurou o Vale dos Reis: porque o
Vale dos Reis ficava a 20km da cidade, o que evitaria a maioria dos ladrões,
porque era mais fácil cavar a “lime stone” do que carrega-la e porque os morros
no Vale dos Reis eram mais altos quanto pirâmides e o rei, na vida após a
morte, poderia escalar o morro e cair no buraco que levava ao deus Ra da mesma
forma que aconteceria se ele fosse posto em uma pirâmide.
Teoria de
assassinato de Tutankamon: Havia uma teoria de que Tutankamon havia sido
assassinado pois ele possuía evidências de ossos quebrados na cabeça, nas
costas e nas pernas. No entanto, após realizarem vários testes na sua múmia,
descobriram que Tutankamon estava severamente doente pela malária e essa foi a
causa principal da sua morte. Tutankamon possuía problemas na coluna e nas
pernas e, como os antigos egípcios eram extremamente avançados na medicina, o
jovem rei já havia passados por várias cirurgias para tratar o problema. Além
disso, também havia passado por uma cirurgia na cabeça.
Túmulo de
Tutankamon: o túmulo de Tutankamon é o menor de todos no Vale dos Reis.
Segundo Ahmed, o Faraó, quando era coroado, a sua primeira ordem era para que
construíssem o seu túmulo. No entanto, o primeiro sacerdote de Tutankamon, por
inveja do túmulo do rei, trocou de túmulo com o rei e fez com que o rei fosse
enterrado no túmulo que havia sido construído para o primeiro sacerdote. Por
isso, o túmulo de Tutankamon é tão menor que os outros e um dos únicos que
possui a câmera mortuária toda decorada, pois os egípcios demoravam anos para
construir o túmulo e se o rei morresse antes do túmulo ficar pronto, ele era
enterrado sem que o túmulo fosse terminado.
No Vale dos Reis visitamos 5 túmulos, pois o
ingresso de entrada dá direito a visitar três túmulos. Ahmed nos recomendou os
túmulos de Ramsés I, III e IV. Além das entradas que compramos para o túmulo de
Tutankamon e de Ramsés XI. Cada um dos túmulos tem uma particularidade. O de
Ramsés IV é um pouco comprido com um buraco no final onde provavelmente ficava
o sarcófago. O de Ramsés III era também um pouco longo e no final ainda havia
vertigios dos sarcófados de Ramsés III e de Ramsés V que foi posto na mesma
câmara mortuária. O de Ramsés I é extremamente inclinado e o seu sarcófago,
levemente deteriorado, ainda está no mesmo lugar onde foi posto. O de Ramsés XI
é extremamente longo e não é possível chegar até o final pois após ponto até
onde os turistas podem ir ainda é possível ver que há várias salas, no entanto,
deste ponto em diante não há nenhum tipo de decoração. O de Tutankamon é o mais
espetacular de todos, pois sua múmia ainda está no local, as paredes ainda
estão pintadas com cores vivas, o sarcófago esterno, em mármore, e há uma
réplica da sua múmia dentro do sarcófago usando a mascara mortuária original.
Acho que é uma imagem que nunca mais esqueceremos. Na saída, mais uma vez fomos
assediados pelos vendedores. No entanto, acho que consegui pegar a “manha” do
negócio: fazer cara de “paisagem”, ignorar o que eles dizem e para os mais
insistentes, dizer “La shukran” sem pestanejar.
Depois do passeio no Vale dos Reis fomos visitar o
Templo de Hatshepsut, três terraços que podem ser
Hatshepsut Temple |
visto de longe nas montanhas.
O templo é muito bonito por fora e o design totalmente diferente das outras
construções existentes do antigo Egito. A rainha Hatshepsut, após a morte de
seu marido, queria reinar sozinha o Egito. No entanto, essa possibilidade não
existia. O primeiro filho homem da primeira mulher do rei deveria assumir o
trono. No entanto a rainha Hatshepsut só teve filhas. Então, o primeiro filho
da segunda mulher deveria assumir o trono. No entanto, o Ramsés III só tinha 9
anos quando o rei morreu. A rainha Hatshepsut para garantir a linhagem real,
casou uma de suas filhas com o jovem rei. Após dois anos atuando como regente
do rei, conveceu-o de estudar fora do país. Enquanto o rei estava fora, ela
criou uma história de que ela era filha de Amon-Ra, o principal deus egípcio,
ou seja, que ela era uma deusa. E para comprovar esta história, ela a desenhou
nas paredes do templo. Assim, o primeiro sacerdote não pode negar a coroa a uma
deusa e ela se tornou a primeira rainha a governar ao Egito sozinha. No
entanto, quando Ramsés III retornou ao país 10 anos depois, destruiu várias
partes do templo de Hatshepsut. Coincidentemente, a rainha morreu de causas
naturais logo depois do retorno de Ramsés III. Hatshepsut não aceitava o fato
de ser uma mulher governando o Egito e se vestia como homem, usando inclusive
barba. Ela mandou construir a sua tumba no Vale dos Reis e não no Vale das
Rainhas. No entanto, como vingança, Ramsés III não permitiu que o corpo da
rainha fosse enterrado no Vale dos Reis.
Depois, fomos visitar uma loja de produtos feitos
de alabasto, uma pedra característica da região. Muito hilária a apresentação
do grupo mostrando como os produtos eram feitos. Assim que eles terminaram a
apresentação, entramos em uma loja gigante de souvenirs, de todos os tipos de
pedras presentes no Egito: alabasto, basalto, entre outras. No entanto, como
eram feitas a mão, os detalhes não eram lá grande coisa. Então ficamos meio
indecisos com nossas escolhas, pois segundo o guia, mais de 90% das coisas que
encontramos nos mercados egípcios vêm da China. Terminada a visita, fomos ver
as estátuas de Mennon e voltamos para o cruzeiro. Almoçamos e como tivemos
problemas para pagar na loja de souvenirs, tivemos que sacar dinheiro e pagar o
guia, pois pedimos para ele pagar o que faltava para o dono da loja. O ATM
ficava do lado de um mercado e o meu marido quis dar uma volta no mercado. Enquanto
isso, perguntamos a ele como era na alta temporada. O Ahmed nos disse que é
muito cheio, todos os templos ficam lotados e só para passar na eclusa demorava
em torno de 6 ou 7 horas. Demos graças a Deus por termos vindo na baixa
temporada.
Sound and Light Show in Luxor |
No final do dia fomos ao “Sound and Light Show in
Luxor”. Ele é bem diferente do show que fomos no Cairo, pois no Cairo você
apenas senta e assiste. Já em Luxor, durante 30 minutos fomos caminha dentro dos
Templos de Karnak e nos outros 30 minutos você se senta e assiste ao restante
do show. O show é muito bonito, no entanto, o som não é tão bom quanto o show
no Cairo.
Depois do show, jantamos, fechamos a conta do
cruzeiro, Ahmed nos passou as últimas instruções e fomos dormir.
Dia 10/10/2011 – Templos de Karnak, Templos de
Luxor e Trem para o Cairo
O dia começou cedo, às 7h já tínhamos que estar
indo em direção a Karnak, embora fosse bem próximo de onde o Cruzeiro estava
atracado. Chegamos a Karnak bem cedo e o sol já estava incomodando. Era
praticamente nós dentro do templo. Os Templos de Karnak foram construídos por
diversos reis durante
Karnak Temples |
2000 anos. Cada rei que queria deixar sua marcar,
construía alguma coisa dentro do templo. A rainha Hatshepsut, por exemplo,
deixou dois obeliscos. Ramsés II, o rei mais importante do antigo Egito e que
governou por 67 anos, construiu as entradas do templo. E assim por diante. O
templo é muito bonito no alto das colunas ainda é possível ver algumas cores,
inclusive no que sobrou do teto. Os templos de Karnak são o maior conjunto de
templos existentes na face da terra. Quando estávamos saindo de Karnak todas as
outras excursões estavam chegando. Ficava impressionada como trouxe as roupas
mais recatadas possíveis, apenas calças e blusas de manga e as europeias
vestiam short ou vestidos que mal tampavam o essencial. Tenho que admitir que
fiquei com um pouco de inveja delas pois no Egito, mesmo às 7h da manhã o calor
é equivalente a Brasília na seca e ao 12h e elas com certeza estavam bem mais
fresquinhas do que eu.
Depois de Karnak, passamos em uma loja de joias.
Ahmed nos disse que se caso quiséssemos comprar um “cartuche” de ouro com o
nosso nome escrito com hieróglifos, lá era o lugar. No entanto, quando o rapaz
da loja nos disse o preço, desistimos na hora: USD 300 para um simples e USD
400 para um dupla face. Não ficamos dentro da loja nem 10 minutos. O cartuche é
a figura oval onde os hieróglifos eram escritos. Todo rei tinha dois cartuches,
um com o nome anterior a coroação e outro com o nome que ele recebeu após a
coroação, normalmente um nome associado ao deus Amon-Ra.
Nossa próxima e última visitação eram os Templos de
Luxor. Assim como os Templos de Karnak foram
Luxor Temples |
Luxor Temples |
construídos para o deus Amon-Ra,
os Templos de Luxor foram construídos para a deusa Meet, esposa de Amon-Ra. É o
único templo no Egito que não possui um alinhamento direto da entrada com o
santuário da deusa. A rainha Hatshepsut ao construir o templo não observou o
alinhamento em relação aos Templos de Karnak e, por isso, quando Ramsés II
continuou construindo o templo 100 anos
depois, descobriu que ou ele mudava o
alinhamento da entrada principal ou ele teria que destruir as salas sagradas
que existiam ao lado da entrada do templo. Ele preferiu a primeira opção. Os
Templos de Luxor são bem parecidos com os Templos de Karnak, no entanto, os
Templos de Luxor são próximos às margens do rio Nilo. Então, chegando de
cruzeiro em Luxor, é possível ver os Templos de Luxor. Nestes templos também é
possível ver que Alexandre, O Grande, destruiu algumas colunas para construir
uma parede com inscrições fazendo referência a ele como um deus. Há paredes do
templo em que há afrescos da época em que o templo foi usado como igreja pelos
cristãos. Terminada a visita, Ahmed nos deixou em um hotel perto da estação de
trem e nos informou que o guia Ahmed Gamal nos levaria para a estação de trem
por volta de 18h e se despediu de nós. Passamos o resto da tarde no hotel
aguardando o horário de irmos para a estação. O trem saiu em direção ao Cairo
exatamente no horário. Ele era igual ao trem que pegamos do Cairo para Aswan,
mas a cabine não parecia tão detonada como a cabine do primeiro trecho. Além
disso, o rapaz do serviço de bordo era bem atencioso. Jantamos e fomos dormir.
11/09/2011 – Igrejas, Mesquita de Mohamed Ali, Bazar Khan El Kalili e Egyptian Museum
Chegamos ao Cairo por volta de 6h30 da manhã.
Mohamed já estava esperando por nós. Entramos na van e fomos para outro hotel,
pois como o outro casal que encontramos no Cruzeiro e outros clientes da
Memphis também estavam hospedados lá seria melhor todos irem para um só local. Ficamos
lá até por
Igreja da Virgem Maria |
volta de 8h e resolvi tomar café da manhã lá. Estava meio enjoada
então não
Mesquita de Mohamed Ali |
quis tomar o que serviram no trem. Encontramos com a Shaimaa no local
da nossa primeira visitação. Visitamos uma região cheia de igrejas católicas
por onde os cristãos acreditam que a virgem Maria fugindo de perseguições se
escondeu. As igrejas são lindas e lá tudo tem em torno de 2000 anos de idade.
Nossa próxima visita foi a Mesquita de Mohamed Ali.
Mohamed Ali foi quem expulsou os franceses dos Egito depois da invasão de
Napoleão. Por esse motivo se tornou rei do Egito. A mesquita é lindíssima. Para
entrar precisamos tirar o sapato e andarmos descalços dentro dela. Por dentro
ela é toda encarpetada e possui uma decoração deslumbrante. Por fora é possível
ter uma vista panorâmica do Cairo.
Bazar Khan El Kalili |
Depois fomos para o Bazar Khan El Kalili. Boa parte
das lojas estavam fechadas porque era domingo. No
entanto, Shaimaa nos contou
que todos vendem praticamente a mesma coisa, então não tínhamos com o que nos
preocupar. Eu e o meu marido fomos lá apenas para passear e conhecer o local. Como é
baixa temporada, eles ficam desesperados quando aparece alguém por lá. Teve um
que até segurou no braço do meu marido para força-lo a entrar dentro da loja dele.
Foi até meio constrangedor!
Fomos almoçar e a Shaimaa nos levou a uma joalheria
para vermos os preços de cartuches. De outro continuavam o mesmo preço, sempre
em torno de USD 300 ou 400. No entanto, de prata com a corrente, USD 65. Achei
o preço razoável e mandei fazer um para mim. Finalmente comprei um cartuche.
Por último, fomos para o Egyptian Museum. O museu é
gigantesco, ficamos impressionados. O museu fica
Egyptian Museum |
de frente para a praça Tahir,
onde houveram todas as manifestações da revolução. No entanto, neste dia,
estava tudo absolutamente calmo. Não podíamos entrar com as câmeras então as
guardamos na entrada do museu. Shaimaa nos disse que poderíamos ficar
despreocupados que na saída poderíamos comprar um CD com centenas de fotos do
museu. Dentro do museu, a Shaimaa deu uma explicação geral, passando por cada
época do antigo Egito: reino antigo, reino do meio e novo reino (old kingdom,
middle kingdom, new kingdom). A parte mais impressionante do museu é a parte do
Tutankamon. É tudo em ouro. Tudo brilhando. É incrível! A famosa mascara
mortuária de Tutankamon fica exposta neste museu. Depois de andarmos todo o
museu, visitamos as duas salas das múmias. Pagamos mais EGP 100 cada para
entrar nestas salas. Cada uma tem em torno de 10 a 15 múmias de reis famosos do
Egito, como Ramsés II e Hatshepsut. Após as salas das múmias, ficamos mais uns
30 minutos andando pelo museu. Faz um muito calor dentro do museu, pois ele não
tem sistema de ar condicionado. Encontramos com a Shamiaa já de fora do museu
nos esperando. Ela nos colocou dentro da van e nos disse que Mohamed nos
encontraria no hotel para fazermos o check-in e ele nos entregar um telefone
celular para fazermos as ligações internacionais as quais tínhamos direito
contratualmente. Ficamos quase uma hora no engarrafamento até chegarmos ao
hotel e encontrarmos com o Mohamed. Ele se desculpou por não ter nos entregado
o telefone antes e realizou nosso check-in. Eu estava exausta! Comemos uma massa
no restaurante do hotel e eu apaguei às 19h30.
12/09/2011
– Alexandria - Catacumbas, Qaitbay Citadel e Biblioteca de Alexandria
Acordamos cedo, pois às 7h30 tínhamos que estar
prontos para ir para Alexandria. Saímos no horário e observamos que a região de
Guiza possui várias mansões, bem diferente do Cairo é bem pobre. A viagem durou
2h30 e às 10h estávamos entrando em Alexandria. Nossa primeira parada foi nas
catacumbas. É nítida a mescla entre os costumes egípcios e os romanos. Shaimaa
acredita que para convencer os egípcios a aceitar o governo romano, os romanos
misturaram a religião romana com a egípcia usando os mesmo deuses. Há alguns
desenhos nos quais é possível ver os deuses egípcios vestidos com roupas
romanas. Foram construídos mais de 300 túmulos dentro das catacumbas. No
entanto, o local passou quase 2000 anos inundado. Sobrou apenas os buracos e
algumas ornamentações nas paredes e até o momento só conseguiram retirar a água
de um dos três andares.
Embora não estivesse no nosso intinerário, Shamiaa
fez questão de que víssemos a coluna de Pompeu. Não entramos no local apenas
vimos por fora e tiramos algumas fotos. Daqui, fomos para a Qaitbay Citadel.
Achamos Alexandria tão suja quanto o Cairo. E tão engarrafada quanto.
Perguntamos a respeito para a Shaimaa e ela nos disse que depois da revolução,
o caos se instalou. Então nem tudo está em ordem. A limpeza nas cidades não
está sendo realizada e nem todo mundo respeita as leis de transito. Espera-se
que quando um novo presidente for eleito, seja reinstalada a ordem no país.
Demos graças a Deus que apenas esse tipo de coisa esteja acontecendo.
Qaitbay Citadel |
Quando chegamos ao Qaitbay Citadel não chegamos nem
a entrar. Compramos sorvete e fomos para a beira do mar perto do Qaitbay.
Segundo a Shaimaa, não valia a pena entrar, estava completamente vazio. Ficamos
lá um tempo admirando a vista.
Caputino na Brazilian Coffe House |
Depois fomos para a Biblioteca de Alexandria. Por causa
do engarrafamento, demoramos quase 30 minutos para chegar até lá. Ao chegarmos
lá, fomos
tomar um café ao lado da biblioteca chamado The Brazilian Coffe
House. O meu marido adorou o capputino de lá. Ficamos deslumbrados ao entrar na
Biblioteca. Ela é gigantesca. Obviamente não é a original, mas eles fizeram um
excelente trabalho construindo uma nova. Tudo na construção dela tem um motivo
de ser: o teto tem buracos em forma de olho para a luz entrar e não precisar de
lâmpadas durante o dia, as paredes buracos para evitar os
Biblioteca de Alexandria |
ecos e assim por
diante. Além disso, ela é a maior biblioteca do mundo. Além da biblioteca, ela
possui um museu e prédios auxiliares para conferencias e um planetário. É espetacular!
Ficamos um bom tempo dentro da biblioteca.
Biblioteca de Alexandria |
Depois fomos almoçar e a comida era
tradicionalmente egípcia e
estava uma delícia. Nossa última visita foi o Montazah
Palace. Um palácio construído por volta dos anos 50 que foi usado
Motanzah Palace |
durante
vários anos como residência de pessoas importantes no Egito como Mubarak. Agora
que ele foi deposto, o Palácio está vazio. Mas ele é deslumbrante. Nosso hotel
ficava do outro lado da rua, então a Shaimaa realizou nosso check-in no hotel e
nos disse que mais tarde nos levaria para jantarmos em um local que ela
escolheria.
Dicas da Lu para viajar para o
Egito:
- Separe dinheiro para gorjetas:
gastamos em torno de uns USD 50 em gorjetas em 10 dias de viagem. É de praxe
dar gorjetas para os motoristas, no banheiro, no cruzeiro.... E se você não
der, o guia cobra! No cruzeiro, foi em torno de USD 10 por pessoa, para os
motoristas, o que nos levou para Abu Simbel demos EGP 50, o que andou conosco
em Luxor, EGP 20, e para Mustafá, nosso motorista no Cairo, demos EGP 100. Nos
banheiros, EGP 1 basta, a não ser que peçam mais.
- Exerça a paciência: você vai
ser assediado o tempo todo por vendedores e pedintes. Depois de alguns dias,
você pega o jeito da coisa e passa a ignorá-los e eles percebem isso. Mas no
começo, é agoniante. Todo mundo tenta te
oferecer alguma coisa. Em Luxor, uma charrete nos seguiu desde o restaurante
até o hotel tentando fazer com que pegássemos a charrete dele e ele não aceita
“não” como resposta. Nos templos e no Vale dos Reis é comum os egípcios
tentarem entrar na foto e depois pedirem gorjetas ou te mostrarem qualquer
coisa na parede e acharem que esta ação é digna de gorjetas. Ah, e se você der
menos do que ele esperava, ele pede mais!
- Leve roupas leves: faz muito
calor no Egito no mês de Setembro! Se você estiver viajando com uma empresa,
não há problemas em usar shorts, vestidos, sandálias e blusas de alça. Protetor
solar e chapéu são essenciais! E o lenço na cabeça que a grande maioria ignora
como funciona é questão de religião: se você é mulçumana, você usa lenço,
senão, não existe obrigação nenhuma em usá-lo.
- Não espere muito dos serviços:
não fique impressionado se o trem atrasar horas para sair ou horas para chegar.
Isso lá é comum. O trem de primeira classe deles (turístico) é bem simples, não
espere nada de espetacular!
- Reconsidere os hotéis: caso
você não vá ficar dias no mesmo hotel, não há a necessidade nenhuma de ficar em
hotéis 5 estrelas.
Levando essas dicas em
consideração acredito que você vai tirar de letra o Egito!
6 comentários:
parabens pelas dicas, espero utiliza-las
parabens!
Olá!
Estou procurando referências da Memphis Tour e caí no seu blog! :D
Foi seguro viajar com eles?
Obrigada, Paula
Oi, Paula! Foi sim, nos lugares mais perigosos, eles levavam um policial junto. Viajamos para Abu Simbel com o policial dentro da nossa van. O tour era privado então fomos eu, meu marido, o guia, o motorista e o policial. Não tenho nada a reclamar deles! Foram muito corretos e fomos extremamemte bem tratados. A única doca que eu tenho pra te dar além das que estão no blog é cobrar deles assim que chegar lá o telefone e o modem 3G que eles fornecem, no nosso caso, eles esqueceram de nos dar e só descobrimos que tinhamos direito quando encontramos outro casal de brasileiros que nos disseram que tinham recebido. De resto, é só aproveitar!!! Boa viagem!
Ah é! Acabei de ler sobre o tel no seu post :)
Meu roteiro não deve incluir Abu Simbel, mas mto bom saber q se precisar vão com um policial junto. Foi fácil adaptar-se à comida?
Obrigada!
Não muito! Mas o meu problema maior foi que comi uma melancia estragada no primeiro dia da viagem e como meu organismo estava debilitado e a comida deles tem muito tempero, teve um dia que tive que comer no McDonalds para ver se eu melhorava. Foram praticamente os 12 dias da viagem com disfunsão intestinal, recomendo que leve um remédio que esteja acostumada a tomar e evite comidas muito perecíveis e não cozidas. E se passar mal, não se acanhe em pedir ajudar para o guia! :)
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