Mapa

........................
Visualizar Lugares que já conheci em um mapa maior

terça-feira, novembro 22, 2011

RÚSSIA

Empresa: Optima Tours, tour em Moscow, preço por pessoa: RUB 6.251 (U$ 203)

Comentários: Nossa guia, a Nina, foi excelente. A empresa é séria e não tivemos nenhuma dor de cabeça.

Hotéis:

- Izamilovo Gamma-Delta: Escolhemos este hotel porque os hotéis que encontramos no centro de Moscow eram caros e não eram lá grande coisa. Reservamos pelo Decolar.com e depois tive que ligar para lá para eles me mandarem a reserva com o número de confirmação.  Eu achei o hotel simples, embora grande. No entanto, como era só por uma noite e ficava perto da estação de metrô Partizanskaya (uns 100 metros de distância), já nos bastava. O hotel tem os dois primeiros andares repletos de serviços: restaurantes, salões, lojas, etc.

- Crowne Plaza São Petersburgo: Excelente hotel! Recomendadíssimo. Chiquérrimo! O hotel é novo e cheio de tecnologia: do banheiro pode-se tomar banho só escutando ou assistindo televisão, da cabeceira da cama pode-se fechar o blackout da janela e por aí vai. A decoração é de muito bom gosto. A internet no saguão do hotel é de graça. O hotel fica em frente ao shopping Galeria (provavelmente o maior de São Petersburgo) e a uns 100 metros da estação de trem e da estação de metrô mais próxima.


Dia 03/10/2011 - Aeroporto de Moscow e Hotel


Achei o máximo que viemos sobrevoando as nuvens desde Atenas e quando chegamos a Rússia, não tinha uma nuvem sobre o céu de Moscow. Tive a oportunidade de ver como Moscow é linda, tanto a cidade como os arredores. Chegamos às 18h, passamos pela imigração e depois pegamos o trem até o centro da cidade.  Apenas o terminal que compramos as passagens tinha tradução para o inglês. O resto, tudo em russo.

O trecho até o centro durou 35 minutos contados no relógio. Ficamos impressionados como eles são pontuais. O sistema de metrô de Moscow é super desenvolvido, 8 milhões de pessoas andam diariamente de metrô. O trem parou em uma estação de metrô e de lá fomos para o hotel. Desde a primeira estação já vimos a diferença. As passagens são compradas em guichês, não há maquinas vendendo. Raramente se vê o mapa do metrô na estação. Há placas nas informando qual é a linha e quais as próximas estações de metrô. Sendo assim, se você quer ir para alguma estação, basta verificar se ela está na lista. Tudo em russo, obviamente. Ficamos impressionados como a estação era decorada, parecia uma galeria de arte. Detalhes por todos os lados, estátuas e mosaicos.

Há vantagens e desvantagens de viajar de mochila. Vantagem, a locomoção se torna muito mais fácil, mas tente entrar em um metrô lotado. Não tinha espaço para a minha nem nas minhas costas nem no chão. Vi algumas pessoas me xingando por causa da minha mochila (bom, eu acho que estavam, pois embora não entender uma palavra, a cara feia delas dizia tudo).  

Chegamos ao hotel já por volta de 21h. A atendente ao abrir nosso passaporte já foi perguntado onde estava o visto. Disse que como éramos brasileiros, não precisávamos de visto. Mesmo assim, ela foi conferir a informação. Terminamos de fazer o check-in e subimos para o quarto para deixarmos nossas mochilas. Estava morrendo de fome. Também tinha lido a respeito das estações de metrô de Moscow e estava louca para conhecer algumas, se elas fossem tão belas quanto a que pegamos para ir para o hotel, valeria a pena o passeio. No entanto, o meu marido não quis sair. Comemos em um dos restaurantes do nosso hotel (a comida estava bem mais ou menos) e depois fomos dormir.  De barriga cheia, a empolgação deu lugar ao sono. Estávamos exaustos!



Dia 04/10/2011 – Moscow e o Expresso do Oriente

O horário do tour era às 10h, mas achamos que era às 10h estaríamos no centro da cidade para iníciá-lo. Decidimos, então, fazer o check-out às 9h e ficar esperando no saguão. Às 8h fomos tomar café. Eu achei muito estranho porque as pessoas estavam, literalmente, almoçando: salada, carne, arroz, ao parecido com feijão e outros acompanhamentos dignos de um almoço bem servido. Também havia itens de um café da manhã regular, mas em bem menos quantidade. Eu, inclusive, achei pouquíssimas coisas que me agradassem. Até comentei com o meu marido e ele me disse que provavelmente a gente almoçaria em algum lugar com mais opções e eu poderia comer melhor. Então fiquei despreocupada.

Às 9h50, o nosso motorista chegou. Não falava quase nada de inglês! Só descobrimos que era ele porque ele estava com uma plaquinha escrita “Ferreira” nela. Então dissemos que éramos nós e, com as poucas palavras que ele sabia, nos disse para esperar que a guia estava chegando. Quando ela chegou, levei um susto. Ela chegou falando em espanhol e pelo que eu me lembrava, o meu marido tinha escolhido uma guia em inglês. Demorou um pouco para eu virar aquela chavezinha na minha cabeça do inglês para o espanhol. Como ela era professora de espanhol, ela pediu para nos guiar em espanhol. Tinhamos que guardar nossas malas em algum lugar e conversamos com a Nina, nossa guia, a respeito. Ela pediu para nós levarmos nossas mochilas que ela daria um jeito.

Saímos do hotel às 10h e a Nina já começou o nosso tour nos dando um puxão de orelha, dizendo que se nós a tivéssemos encontrado no centro da cidade, poderíamos ver muito mais coisas. Mas fazer o quê, o meu marido tinha muito medo de Moscow. E realmente ouvimos muitas histórias de policiais corruptos. Fui eu quem insistiu em ir até lá e então o meu marido contratou uma empresa para nos pegar no hotel, fazer o tour e depois nos deixar na estação de trem no final do dia, como uma forma de nos proteger. Ao sair na rua pudemos observar que a cidade é tão movimentada como São Paulo, por exemplo. A Nina nos disse que são 8 milhões de pessoas circulando de metrô, mas mesmo assim as ruas ficam lotadas de carros.

A Nina combinou da seguinte forma conosco: deixaríamos nossas mochilas na ferroviária e no final do dia, ela nos levaria até a ferroviária de metrô ou nos ensinaria a chegar até lá. Foi muito engraçado porque ela parecia uma professora: primeiro ela ensinava e depois perguntava para nós o que ela havia dito. Não tinha jeito de esquecer. E foi muito bom ela ter ido a ferroviária conosco, pois ela nos ensinou diversas dicas como: mostrar a passagem no banheiro e não precisar pagar para usá-lo, onde eram os lockers (no final da escada a esquerda, do lado dos portões de embarque), que os horários da placa em frente aos lockers eram a hora que ele estaria fechado e onde eram os melhores lugares para sentar. Depois, quando saímos da Leningradsky Voskal, ela nos posicionou em frente à estação e nos deu pontos de referência para não errarmos, pois se pegássemos o trem errado na estação do lado da nossa, iriamos para na Sibéria e não em São Petersburgo.

Teatro Bolshoi
Uma hora depois, nosso motorista nos deixou em frente ao Teatro Bolshoi. O Teatro estava fechado para reformas e estava para ser reaberto, mas não tivemos essa sorte. Depois, fomos ao Hotel Metropol. Ficamos apaixonados pelo lugar. A decoração era esplendorosa, cheia de vitrais e móveis de época. O meu marido ficou todo empolgado para jantarmos lá no final do dia, pois o restaurante era espetacular, mas quando perguntamos a Nina sobre o preço, ela nos disse que era muito caro. Ela era muito preocupada com dinheiro, tanto que nos disse que se entrássemos no hotel, pegássemos alguns folders para ler e sentássemos nos sofás, ninguém nos incomodaria e que poderíamos fazer isso caso quiséssemos nos esconder da chuva.

Mausoléu de Lenin
A poucos metros dali, chegamos ao Museu de História do Estado e a entrada do Mausoléu de Lenin. Embora o Mausoléu fosse na lateral da Praça Vermelha, era necessário passar por toda uma vistoria antes de conseguir entrar. Eu mudei o nosso itinerário para chegarmos lá e encontramos o Mausoléu aberto. Nunca fui fã de Lenin, mas queria ver se realmente ele parecia estar só dormindo ou se era tudo conversa fiada. Como estava chuviscando, a fila estava pequena. A Nina disse que poderíamos deixar nossas coisas com ela, principalmente máquinas fotográficas e celulares, para não precisarmos pagar os lockers e andarmos mais rápido. Entreguei para ela minha câmera e me esqueci completamente do meu netbook dentro da minha bolsa. Antes de chegar a nossa vez, fui correndo ao locker do outro lado da rua, deixei minha bolsa e voltei para a fila. E não é que o Lenin realmente parece que está dormindo. A Nina nos contou que uma das mãos dele estava fechada porque antes de morrer, ele teve um derrame e a mão dele nunca mais abriu. Agora, ele é a múmia mais bem conservada que eu conheço. E o policiamento lá é forte, e cada um dos cantos e dos corredores, há um policial vigiando. Enquanto estávamos vendo o corpo de Lenin, coloquei minhas mãos dentro do bolso. Assim que eu caminhei um metro, um policial deu um passo a frente e fez um gesto para que eu tirasse minhas mãos do bolso.

Catedral de São Basílio
Quando saímos do Mausoléu, a Nina já estava nos esperando. Quando chegamos perto dela, comecei a falar em inglês e o meu marido me cutucou, foi aí que eu percebi que tínhamos que conversar em espanhol (a chavinha dentro da minha cabeça ainda não tinha mudado direito). Enquanto fui buscar a minha bolsa, ela começou a falar para o meu marido que os turistas nunca escutam ela, uma hora ou outra, alguém acabava fazendo o que eu fiz: esquecer de entregar todos os eletrônicos para ela.

Gum
Minutos depois, encontrei com eles novamente e a Nina virou nossa fotografa: tirou fotos nossas em frente ao Mausoléu de Lenin e o Kremlin ao fundo, em frente a Catedral de São Basílio, em frente ao Shopping Gum e em frente ao Museu de História do Estado. Fomos então visitar o Shopping Gum. Pensem em um lugar deslumbrante. Acho que foi um dos shoppings mais bonitos que eu já vi. A Nina nos ensinou que na entrada do shopping havia banheiros limpinhos que poderíamos usar sem pagar nada. Depois nos disse que no último andar, o restaurante Studio 51 era o lugar mais barato para se comer no shopping. Pensei, ela vai nos dar uma meia hora para comermos, pois já eram mais de 13h. Que nada! Saímos do shopping e fomos esperar o motorista para irmos a Igreja do Cristo Salvador. Antes de chegar a Igreja, paramos para tirar fotos do Kremlin enquanto estávamos do outro lado do rio.

Catedral de Cristo Salvador
Ao chegarmos a Igreja de Cristo Salvador, Nina nos contou que ela havia sido destruída por Stalin para construir um monumento a Stalin 17 vezes maior que própria igreja. Quando começaram a construir o monumento, tendo em vista que era à beira do rio Moscow (Moscow significa pântano,) as fundações começaram a ruir e o início da construção do monumento veio abaixo. Então, Stalin desistiu da construção. Depois, entramos na igreja e ficamos deslumbrados: a igreja havia sido reconstruída há pouco tempo e estava novinha. 
Vista da ponte em frente a Catedral
Cristo Salvador
As paredes todas pintadas com detalhes, belíssima. Os russos também são ortodoxos e a igreja era cheia de ícones. Eu acho que foi uma das igrejas mais bonitas que eu já vi. Tiramos várias fotos fora da igreja e depois tiramos algumas da ponte em frente a igreja, que dava vista para o Kremlin.

Desde quando estávamos na Praça Vermelha, estava um vento frio batendo e uma chuvinha fina, combinação perfeita para a sensação térmica ser quase de 0 graus. Estava gelado! Quando chegamos a Praça da Universidade, onde há um vista maravilhosa de Moscow, mal conseguimos enxergar o topo da Universidade. Admiramos a vista por alguns instantes e a Nina já nos chamou para voltarmos para o carro. Ela havia comprado nossas entradas para o Kremlin para às 14h30 e já eram 14h15. Vimos de passagem o belo Novodevichy Convent e chegamos ao Kremlin às 14h45.

Na entrada do Kremlin, a Nina se desculpou pelo atraso para o recepcionista na entrada e conseguiu que nós entrássemos com nossas coisas, do contrário, teríamos que gastar parte do nosso tempo depois da visita para pegarmos nossas coisas de volta. Ao entrarmos, encontramos um dos maiores sinos do mundo, se não o maior, perto da entrada das igrejas. Fizeram o sino e não redimensionaram a torre que iria suportá-lo. Resultado, o sino nunca foi posto no seu devido local. Além disso, houve um incêndio e ao resfriarem o sino, ele rachou. A primeira visita foi a Catedral da Assunção. Pequena, com poucos bancos e as pinturas passando por restauração.  Depois a Catedral da Anunciação e da mesma forma que a da Assunção, com a diferença que a catedral inteira estava precisando de restauração. As catedrais deviam ser muito bonitas no seu tempo de glória. E última a ser visitada foi a Catedral do Arcanjo. Perguntamos a Nina porque acima do Palácio do Patriarca havia tantas cruzes ortodoxas com meias luas. Segundo ela, em tempos idos, eram para representar a vitória dos católicos ortodoxos sobre os mulçumanos. Mais a frente, ela nos mostrou que a estrela que vemos na ponta de uma das torres do Kremlin é de rubi e ela gira de acordo com o vento. Terminada a visita no Kremlin, fomos andar pelos jardins de Alexander.

Já eram mais de 16h e não tínhamos comido ainda. Eu estava faminta! Foi aí que eu percebi porque o café da manhã dos russos parece o nosso almoço: porque eles simplesmente não almoçam! Como o tour estava contratado até às 17h, os russos são tão certinhos que a Nina queria fazer de tudo para preencher o nosso tempo até às 17h. A Nina andou conosco dentro de um shopping e queria nos levar para outro bairro ou então passear com a gente de metrô. Quando percebemos que ela estava tentando preencher o tempo até dar 17h dissemos a ela que não precisava que estávamos com fome que íamos almoçar já que o tour terminou mais cedo. Ela ficou toda sem graça, além do mais quando o meu marido deu USD 10 de gorjeta para ela. Ela não queria aceitar de jeito nenhum, contamos para ela sobre a nossa viagem e ela ficou repetindo que nós precisaríamos daquele dinheiro. Além disso, dizia que não precisava que a empresa que contratamos pagaria os serviços dela. Mesmo assim insistimos e no final, ela acabou aceitando. Despedimo-nos e fomos finalmente almoçar.

Voltamos ao Gum e almoçamos no Studio 51 que a Nina nos indicou. A comida estava muito boa e era um esquema meio self-service: tinha os pratos prontos e você pegava o que quisesse. Depois fomos para o shopping que a Nina passeou com a gente no final do tour, em frente ao Museu Histórico do Estado. Andamos um pouco por lá, fiquei impressionada com as tranças nos cabelos das moças que um stand de cabeleireiras fazia. Já eram quase 19h e o shopping estava fechando. Nina havia nos dito que havia muitas praças bonitas subindo a rua que passava do lado do shopping.

Decidimos subir a Tverskaya e passamos por algumas praças. Quando chegamos à estação Mayakovskaya, vi que havia um Hard Rock Café em Moscow. Acabei convencendo o meu marido de irmos lá. Quando descemos na Boulevard Smolensky, fizemos uma confusão com o mapa que não conseguimos encontrar o Hard Rock Café mesmo ele estando do lado da estação. Demoramos quase 30 minutos para encontra-lo. A única vantagem desta confusão foi que vimos mais um dos arranha-céus de Stalin.

Lanchamos no Hard Rock e o nosso trem para São Petersburgo só sairia às 23h55. Então, resolvemos descer em algumas estações de metrô para conhecê-las, tendo em vista que já havia lido que várias delas eram muito bonitas. O metrô de Moscow é tão sinistro que primeiro, os trens param a cada 1 minuto e segundo, as estações são tão profundas que, em alguns casos, as escadas rolantes têm mais de 200 metros de comprimento. Em menos de 20 minutos visitamos 6 estações de metrô contando com a estação onde desceríamos para ir para a Leningradsky Voskal. Visitamos a Kievskaya, Krasnopresnenskaya, Belorusskaya (a mesma aonde chega o trem que vem o aeroporto Sheremetyevo), Novoslobodskaya, Prospekt Mira e finalmente a Komsomolskaya (onde ficava nossa estação de trem). Ficamos impressionadas como elas eram bem decoradas: mosaicos, estátuas e portais decorados. Nunca tinha visto estações de metrô tão bonitas.


Chegamos à estação Komsomolskaya às 21h30. Ainda tínhamos mais de uma 1h30 até o embarque. Ficamos enrolando na estação. O meu marido ficou preocupado com os nossos tickets comprados na internet e impressos em casa e fez questão de ir a um guichê perguntar. Mostrei nossos passaportes e as passagens e a moça acabou trocando nossas passagens por passagens que ela mesma imprimiu.

Dentro do Expresso do Oriente
Às 23h00, buscamos nossas mochilas e esperamos até que informassem em qual guichê embarcaríamos. Às 23h15 informaram onde era nosso guichê e fomos para o vagão 5. Tinhamos comprados um dos melhores quartos do trem. O meu marido tinha medo de comprarmos um quarto simples e ele ser ruim. Mas foi muito diferente disto, o nosso quarto era excelente para um quarto de trem. As camas eram separadas e havia espaço para guardar nossas mochilas debaixo das camas. Assim que entramos, a camareira nos perguntou (em russo, mas com mímicas) o que gostaríamos de beber e depois nos mostrou o cardápio do café da manhã. Pedimos suco e ela logo apareceu com duas garrafinhas. Pensamos que ela serviria um jantar, mas ela logo apareceu para arrumar as camas para dormimos. Tudo muito limpinho e organizado. Algumas vantagens que achamos que teríamos por termos pago a mais, como revistas, não adiantou de nada. Era tudo em russo. A TV só tinha um canal e adivinha em que língua? O trem saiu exatamente às 23h55 e antes de dormir, fui ao banheiro. Que diferença para os banheiros dos trens egípcios... O banheiro do Expresso do Oriente era de alta qualidade, limpíssimo. Quando voltei para o quarto, notei que há indicadores dos banheiros, como nos aviões, para você não precisar ficar esperando na porta para usá-lo. Bastava acompanhar a sinalização. Depois, fomos dormir.


Dia 05/10/2011 – São Petersburgo

Acordamos cedo e chamamos a camareira para servir o café da manhã. Tinha tanta coisa e ao mesmo tempo nada para eu comer. O meu marido se esbaldou, comeu o que havia trazido para mim e para ele. Não sou fã de geleias e havia vários tipos. No final, eu quase não tomei café da manhã. O trem parou exatamente às 7h55 na Moskovsky Voskal. Ao descermos do trem, escutamos a musica do filme “O Expresso do Oriente” tocando. Caminhamos uns 10 minutos até achar o nosso hotel, Crowne Plaza São Petersburgo.

Fiquei impressionada com a qualidade do hotel. Altíssimo padrão! Até a porta de entrada no hotel abre sozinha. Deixamos nossas mochilas lá e fomos andar. Em São Petersburgo quase não tinha nuvens no céu, mas estava fazendo muito frio. Fomos andando até chegar ao Teatro de Alexandre e o meu marido foi se apaixonando pela cidade, uma mistura da arquitetura de Paris com os canais de Veneza. Passamos pela rua lateral, atravessamos uma praça com a estátua de Catarina, a Grande, e chegamos a Nevisky Prospekt. Entramos no primeiro café que achamos e finalmente tomei um café da manhã descente.

Kazah Cathedral
Continuamos andando, passamos por um mercado gigantesco, que hoje é o shopping Gostinyy Dvor, e chegamos a Kazah Cathedral. Gigantesca e muito bonita, entramos para visita-la. Estava tendo missa e ficamos quietos para não atrapalhar. Fiquei com dó das pessoas assistindo missa em pé, mas como é tradição deles. Assim que saímos da Catedral Kazah, começou a chover. Tivemos que correr em entrar no primeiro lugar que encontramos. Era uma livraria no prédio do Museu Estatal do teatro e da música de São Petersburgo. Ficamos um tempo lá dentro até a chuva diminuir. O meu marido se arrependeu de não ter comprado o guarda-chuva no Gostinyy Dvor, mas na hora achamos muito caro (USD 20).

Savior on the Spilled Blood
Cathedral
Quando a chuva diminuiu, fomos andando até a Catedral “Savior on the Spilled Blood”, muito parecida com a Catedral de São Basílio. Queriamos visita-la, mas ela ficava fechada às quartas-feiras. Iriamos seguir para uma feirinha perto da Catedral, mas a chuva apertou e tivemos que ficar abrigados na bilheteria da Catedral até a chuva diminuir. Queria muito comprar um fabergé (aquele ovo todo enfeitado) e uma bonequinha russa. Mas os preços da feirinha estavam absurdos. Pensei que era apenas porque a feira era em frente a Catedral, mas depois descobri que São Petersburgo era uma cidade cara. Atravessamos uma ponte cheia de cadeados e, enquanto nos abrigávamos da chuva de novo, vimos um casal recém-casado colocando um cadeado na ponte. É tradição dos casais, “amarrar” o amor a ponte para que eles nunca deixem de se amar (não sei a lógica da coisa, mas é assim que eles fazem).

Hermitage
Já estava ensopada e tremendo e frio quando chegamos ao Hermitage. O Hermitage é o maior museu da Rússia. Como só chovia, decidimos conhecer o museu. Tinhamos duas opções, pagar a entrada e fazer o tour sozinhos ou contratar um tour. Contratamos o tour em inglês e ainda, a permissão para tirar fotos. Almoçamos dentro do museu e fomos para o ponto de encontro do tour. Enquanto estávamos esperando, a organizadora dos tours apareceu dizendo que ainda tinham mais duas pessoas para fazer o tour e nos apresentou a nossa guia. Pense em uma guia ruim!!! Parecia que ela tinha bebido e tinha ido fazer o nosso tour. Toda vez que perguntávamos alguma coisa, ela intercalava entre “É, pode ser” ou “O Hermitage é um museu de minerais!”. Dessa vez, foi uma péssima ideia contratar a guia, dinheiro jogado fora! Além disso, uma das outras duas mulheres que fizeram o tour conosco sempre sumia e a guia sempre queria procura-la. Ainda bem que depois de três sumiços, a guia desistiu. O tour durou 1h e depois ficamos mais umas duas horas andando dentro do Hermitage. O Hermitage por dentro parece muito o Palácio de Versailles. Só que é uma galeria de arte: há quadros e esculturas de todas as épocas. Antes ele era o Palácio do Czar, e sempre quando um novo Czar assumia o trono, ele construía uma nova ala. Então, as salas são diferentes entre si e cada uma mais bela que a outra.

Quando saímos do Hermitage, devia estar fazendo uns 5 graus. Já estávamos cansados e decidimos voltar para o hotel. Fizemos o check-in, descansamos e depois fomos jantar no shopping Galleria, em frente ao hotel. A praça de alimentação de lá é muito boa. Andamos em algumas lojas de eletrônicos e os preços eram até mais caros que no Brasil. Fizemos algumas comprinhas no supermercado dentro do shopping e comprei um guarda-chuva da Samsonite. Insisti para o meu marido comprar um para ele, mas ele disse que voltaria ao Gostinyy Dvor para comprar um para ele, pois era mais barato do que o que eu havia comprado. Depois do shopping, voltamos para o hotel e fomos dormir.


Dia 06/10/2011 – Peter & Paul Fortress e Centro histórico

Tomamos café e fomos descobrir aonde era o Porto em que embarcaríamos no dia seguinte para Helsinki. Antes, fomos até a Anichov Bridge para ver o passeio noturno de barco. Bom, para a gente é noturno para eles, até meia-noite ainda é de tarde. Aparente é um hábito dos russos que falam inglês, fazer o “meio-campo” entre os estrangeiros e a população que não fala a língua. Estávamos com dificuldade de entender a atendente, que só falava russo. De repente, uma moça apareceu e se ofereceu para nos ajudar. Só achamos engraçado que para eles até meia-noite ainda é de tarde. Perguntamos sobre o passeio noturno e a moça nos disse que não tinha mais, então perguntamos qual era o último passeio e ela nos disse 21h30 da tarde. Imagina! Depois, fomos para o porto.

Descemos na estação Primorskaya e quando nos demos conta, não tínhamos nenhum mapa. IMPORTANTÍSSIMO: nunca, mas nunca mesmo esqueça o mapa. Vimos um mapa na estação de metrô e chegamos a conclusão que sabíamos para onde tínhamos que ir. Bom, na realidade, não sabíamos. Andamos pelos cantos mais esquisitos de São Petersburgo. Foi bom, pois o meu marido percebeu que fora do centro histórico da cidade, as coisas são bem diferentes do que ele pensava. Caminhamos por horas sem sequer achar um hotel ou uma banca de revistas para poder comprar um mapa. E o pior, não conseguimos chegar ao porto. No centro da cidade, há mapas por todos os lados mostrando onde você está. Já na ilha Vasilevisky, não tinha mapas em lugar nenhum.

Templo da Assunção
Quando, finalmente, conseguimos encontrar uma banca de revistas, a senhora não falava uma palavra de inglês. Nossa sorte foi que havia duas pessoas jovens na banca que nos ajudaram. Compramos finalmente o mapa, e descobrimos que tínhamos deixado o Porto para trás e já estávamos perto de uma das pontes que levavam ao continente. Decidimos então caminhar pela beira do mar. Quando chegamos ao calçadão, encontramos uma lojinha cheia de lembrancinhas e mais baratas que no centro. Nós entramos e compramos lembrancinhas para todos da família. Depois continuamos andando vimos uma igreja linda chamada Templo da Assunção. Tiramos algumas fotos e ficamos impressionados com a restauração de suas cúpulas: estavam lado a lado, a restaurada e a em restauração. A restaurada brilhava como ouro e a em restauração era verde.

Continuamos pelo calçadão até chegar a Fortaleza de Peter & Paul. Segundo o guia da Lonely Planet era uma boa comprar o ticket completo, que dava direito a praticamente todas as atrações do lugar. Na realidade, não dava. Entramos na St. Peters e St. Paul’s Cathedral e na prisão da fortaleza com o ticket.

Fortaleza de Peter e Paul ao fundo
Na St. Peters e St. Paul’s Cathedral, pudemos visitar o túmulo de vários Czares russos. Na época que São Petersburgo se tornou capital da Rússia, os Czares passaram a ser enterrados lá. Vimos os túmulos de Catarina, a Grande, e de Pedro I, quem construiu São Peterburgo. Além disso, a uma sala em um canto da catedral onde estão enterrados os restos mortais da família Romanov. Como eles foram brutalmente assassinados, hoje são considerados santos. Queriamos subir ao Duomo da catedral, mas como lá já era época de chuvas, ele só seria reaberto no verão. Andamos mais um tempo dentro da fortaleza, fizemos um lanche bem mais ou menos (não recomendo comer dentro da fortaleza), visitamos uma exposição de miniaturas (que tivemos que pagar por fora) e depois visitamos a prisão. Depois da prisão, todos os locais aonde íamos, tínhamos que pagar além do ticket que tínhamos comprado. O ticket, definitivamente, não se pagou.

Você vê o final da escada rolante
lá embaixo?
Catedral de São Nicolas
Andamos pelo parque de Alexandre, tiramos fotos da Mesquita Jami e pegamos o metrô para a estação Sodovaya. Descemos em um shopping e continuamos andando pela Sodovaya Ulitsa até chegar a Catedral de São Nicolas. Ficamos impressionados com os parques da cidade, como eram bem cuidados e bonitos. Depois continuamos subindo até a Boulevard Morskaya. Fomos seguindo esta rua até chegar a praça em frente a Catedral de São Isaac. Quando chegamos  lá, percebemos que havia várias pessoas no duomo da catedral, mas como já passavam de 18h, pensamos que já estava fechado. Mesmo assim, insisti com o meu marido para irmos perguntar. Quando chegamos a entrada, descobrimos que o duomo ficava aberto até as 20h. Pagamos e subimos os 550 degraus. Tiramos várias fotos da vista e descobri que não tínhamos ido a Catedral da Santíssima Trindade,
Catedral de São Isaac
 linda, com as cúpulas azuis e pequenas estrelas douradas. Achei engraçado que estávamos discutindo o mapa e de repente, um russo apareceu e nos disse, em inglês, que se precisássemos de ajuda, ele poderia nos ajudar. Perguntamos algumas coisas para ele e ele foi super solicito.

Vista noturna do Hermitage,
Passeio de Barco
Descemos do duomo, tiramos fotos da estátua de Pedro às margens da ilha e fomos andando pela Nevsky Prospekt até a Anichkov Bridge, onde ficava a Angloturismo e onde começaria nosso passeio de barco. Infelizmente, não conseguimos fazer o passeio em inglês, então o passeio foi mesmo para admirarmos a paisagem da cidade à noite. O passeio durou 1h30 e no começo o frio estava suportável, principalmente porque eles fornecem cobertores. À medida que o tempo foi passando, o frio foi aumentando. Eu, assim como todas as outras pessoas, desistimos de ficar na parte aberta e fomos para o salão fechado do barco. Só o meu marido conseguiu resistir ao frio e passou o passeio inteiro fora do salão tirando fotos. Fomos desde a Anichkov Bridge até a estátua de Pedro as margens do mar e voltamos até a Anichkov Bridge. Já eram 21h30 e estávamos mortos de fome, pois o almoço não tinha sido lá grande coisa na Fortaleza de Peter & Paul. Caminhamos pela Nevisvky Prospekt até o KFC (que o meu marido passou a adorar), comemos filés de frango frito e voltamos para o hotel.


Dia 07/10/2011 – Smolny Cathedral e Cruzeiro para Helsinki

Smolny Cathedral
No dia anterior, quando estávamos no Duomo da Catedral de São Isaac, vimos outra igreja que se destacava no horizonte. Fiquei louca para ir lá. Sorte que o meu marido também queria ir. O nome da igreja era Smolny Cathedral. Tomamos nosso café, fizemos o check-out e fomos para lá. Descemos na Cherbyshevskaya e depois de 20 minutos de caminhada, chegamos lá. Não entramos, tiramos apenas fotos por fora da Catedral e já foi difícil, pois estava lotada de carros e excursões.

Museu Russo
Depois, fomos até o Museu Russo descendo na Nevisky Prospekt. Já eram por volta de 11h e tínhamos que embarcar no Cruzeiro para Helsinki entre 15h e 18h, então tínhamos tomar cuidado com o tempo. Ao ir ao museu com o meu marido, me dá até arrepios, pois ele adora e não tem dó de mim. Antes de entrar, conversei com ele e falei que não tínhamos muito tempo para ficar lá dentro. Eu gosto de museus, mas no caso do meu marido chega a ser insano. Já contei que passamos 12 horas seguidas no Louvre, né! Pois é, eu fiquei traumatizada. Consegui convencê-lo a parar apenas nas obras-primas do museu. E mesmo assim, passamos duas horas lá dentro. Mas o museu é realmente muito grande. Não tão grande quanto ao Hermitage, mas merece ser visitado. No final, acabamos passando por todas as salas e parando apenas nas obras mais importantes. Saímos do museu depois das 13h.

Almoçamos e depois fomos até a estação Sadovaya. Tinha visto um fabergé por um preço razoável perto da estação Sadovaya. Fomos andando até lá e quando encontrei a loja, ninguém falava inglês. Apontando e fazendo mímicas, consegui comprar. Veio em uma caixinha linda, com a Catedral  “Savior on the Spilled Blood” dentro. Muito bonitinho! Daqui, voltamos para o hotel para pegar nossas coisas e ir para o porto.

A intenção era pegar um taxi para o porto, mas como estávamos no hotel, resolvi perguntar quanto seria para nos levar até o Moskoi Voskal. Era USD 30 e sendo USD 15 para cada em ser ter que preocupar em esperar um taxi, decidimos ir com o motorista do hotel para o porto. Antes de sair, o meu marido perguntou para a recepcionista se o motorista realmente sabia onde era o porto. Ela falou que sim, que ele com certeza sabia. Pois é, ele não sabia. Como já tínhamos ido na ilha Vasilevisky, tínhamos uma noção de onde era o porto. Quando ele passou pela rua principal da ilha, percebi que ele não sabia onde era o porto, pois a Moskoi Voskal, era exatamente na outra ponta. Quando ele parou para perguntar em um lugar abandonado, fiquei até com medo. Mas ele parou o carro longe e foi até o portão perguntar. Aparentemente, ele tinha entendido onde era, mas 10 minutos depois paramos em outro lugar para perguntar. Ou seja, o transfer que deveria demorar 20 minutos no máximo, já estava chegando em 40 minutos, sorte que saímos bem antes do horário final de embarque. O senhor para quem ele foi perguntar veio até o carro, embora não soubéssemos uma palavra de russo, pudemos entender que ele estava perguntando para o motorista para onde íamos. Quando dissemos Helsinki, ele fez aquela cara de “ah, entendi” e explicou para o motorista. Pouco mais de 5 minutos depois, estávamos no estacionamento do porto.

O porto é bem abandonado, se você já foi a Atenas, não espere nada parecido com Porto de Piraeus. O prédio é velho e sem sinalização. Fora que a região parece um ferro-velho. Entramos no prédio, mostramos nossos passaportes e passagens no guichê, nos entregaram nossos cartões de embarque, passamos pelo detector de metais e embarcamos. Deixamos nossas coisas no quarto e fomos para uma lanchonete no andar de embarque, era a única coisa que estava funcionando até o barco zarpar. E as coisas eram bastante caras lá. Comemos um sanduiche, tomamos um refrigerante e voltamos para o quarto. O quarto era bem simples, apenas com uma cama, televisão, escrivaninha, frigobar e um banheiro minúsculo. Ficamos observando na janela e descobrimos que o horário limite de embarque até às 18h era apenas para apressar os retardatários, pois vimos pessoas embarcando até um pouco antes das 20h, horário da suposta saída do barco. Saímos para jantar já perto de 22h e o barco estava lotado gente andando pelos corredores. Havia um bar, dois ou três restaurantes, cassino, boate e um cinema, além de sauna, uma pequena piscina e academia nos andares mais inferiores. Ele não era tão grande quanto o Cruzeiro que fizemos pelas ilhas gregas, mas o povo era bem mais animado. O bar estava lotado, não tinha um lugar para sentar. Assistimos a um show de dança russa em pé e depois fomos jantar. Os restaurantes já estavam fechando. Quando chegamos a um deles, nos pediram para ir para o bar e dissemos que não tinha lugar para sentar. Então foram tentando nos dar outras opções, no entanto, as outras opções já estavam fechadas ou lotadas. Foi então que o recepcionista resolveu nos atender. Sentamos, jantamos e acabamos saindo mais cedo do que as pessoas que chegaram ao restaurante antes de nós. Ainda tínhamos rublos e tínhamos que gastá-los antes de chegar a Helsinki. Fomos ao Duty Free, que ainda estava aberto até àquela hora, compramos um monte de guloseimas e depois, fomos dormir.

Nenhum comentário: